sábado, 31 de maio de 2014

“Nunca imaginei que pudesse ser tão bom.”


“Nunca imaginei que pudesse ser tão bom.”


Escutei esta frase nos corredores da Secretaria Estadual de Saúde do RJ, num dia de luta  pelos direitos dos servidores da saúde estadual.

Me deparei com uma senhora com corneta na mão, chamando os colegas a participação e que num momento de pensamento alto falou; “Nunca pensei que pudesse ser tão bom”.

Ouvir esta frase me encheu de alegria.

É verdade. Não há sentimento mais saboroso do que o de lutar pelo que acreditamos. De lutar pelos nossos direitos e melhor, por perceber que é possível e que podemos sim gritar: EU POSSO, EU QUERO MEUS DIREITOS!

A sensação de que não somos omissos, conformistas e que ao contrário, juntos somos fortes ao irmos em frente acreditando em algo melhor.

É contagiante a coletividade. Você se unir a outros que compartilham de um desejo comum é algo prazeroso.

Eu já sabia como era bom. Por um tempo até me deixei esquecer, o que não me permito mais. E, aquela senhora no corredor com a corneta na mão, me fez pensar que é maravilhoso que cada dia mais pessoas saibam como é ser cidadão de direitos e que tem sabor especial conquistá-los.

Desejo escutar mais vezes pelos corredores gritos de como é bom lutar.

E você, grita também.

Lê Gomes




sexta-feira, 30 de maio de 2014

Dois filmes, uma reflexão

Assisti a dois filmes nos últimos dias. O filme “Malévola”, em cartaz nos cinemas e “As Sessões” que peguei na vídeo locadora.

Malévola é uma adaptação do conto “A Bela Adormecida”, porém, neste filme a história se dá na perspectiva da bruxa, neste caso uma fada. Já no filme “As Sessões”, encontramos a narração da história real de um rapaz que aos seis anos fica com o corpo paralisado, mexendo apenas a cabeça após ser acometido pela poliomielite. Trata-se de um poeta que deseja encontrar o amor e a experiência do sexo e para isso, acaba contratando uma substituta sexual, uma espécie de “terapeuta” do sexo.

Adorei os dois filmes.

E o que os dois têm em comum? As relações humanas, eu diria. De como lidamos com as pessoas, o que faz levar o outro a ser ou deixar de ser o que se mostra ser.

Malévola foi traída pelo homem que amava e da pior forma, pois após muito lhe esperar, ele retorna, sem muito falar, lhe embriaga com amizade, carinho, respeito e amor e, quando Malévola adormece tranquila em seu peito, ele sem coragem para dar-lhe um golpe certeiro de morte, covardemente faz pior, lhe tira o que mais amava cortando-lhe as asas  para que morra aos poucos.

A dor é profunda. Ela experimenta a dor da morte em vida, não somente pelo roubo, mas pela forma mais vil como fizera. Aquele homem conseguiu arrancar-lhe a beleza e pureza interior para a amargura poder tomar lugar. 

Ao final Malévola vence, não pelas maldades realizadas em momento de ira, mas porque sua essência era boa e o amor verdadeiro pertencia a ela mesma, e aquele homem vil, morre pela sua própria loucura; só, louco, abandonado numa escuridão.

Já no  filme “As Sessões”, aquele homem paralisado faz da vida poesia, consegue passar aos que o cerca sentimento de pureza, mesmo se culpando pela vida que pensa ter tirado daqueles que o cuidaram. Ele ama de forma clara, pura, respeitosa.

O sexo para ele é tão revelador e lhe foi mostrado de forma poética, com verdade e no respeito para com o outro. Assim, na sua trajetória de vida, amou três mulheres. A primeira não lhe correspondeu o amor, mas reconheceu e valorizou o que ele ofertou. A segunda, contratada para lhe apresentar o sexo, lhe ofertou de forma honesta, carinhosa e poética, e no inesperado ela passa a lhe amar numa outra espécie de amor e, enfim ele encontra, meio que por acaso, o amor de sua vida - “trocando poemas melosos por muitos anos”.
Foto Lê Gomes

Seu amor é tão verdadeiro e simples que ao final as três mulheres de sua vida se encontram para a despedida daquele homem com corpo paralisado do pescoço para baixo, mas tão movimentado em vida.

Em seu poema preferido ele diz; “que as palavras possam tocar-lhe como minhas mãos inertes  não o fazem”.

A reflexão que fico com estes dois filme é; Podemos dar a dor desnecessária ao outro e morrer envenenado por ela ou podemos construir o amor através do respeito ao outro e de olhar o outro com amor.

Pena que por mais simples que pareça ser, o que determina a conduta é o que deixamos habitar em nós – luz ou escuridão.

Lê Gomes

sábado, 24 de maio de 2014

Velho, velha, velhice

Velho, velha,velhice,
Foto Lê Gomes
para mim não tem chatice.
Velhice, é velha crendice
de todos que acreditam
que envelhecer não pode ser legal.

Veja a velha Berenice,
que não está nem aí
pro disse me disse,
e curti sua velhice
com todo seu potencial.

Velho, velha, velhice
se tu não queres a ela chegar,
a ti somente restará
a morte ainda jovem abraçar.

Melhor é ser que nem Berenice,
uma velha que curti a velhice
com autonomia e independência
nos bailes a dançar.

Leonor Gomes


sexta-feira, 23 de maio de 2014

Colagem Virtual






Expressões de mim


Uma grande amiga me falou;

- Faça colagem, é bom para extravasar .
- Colagem? Sério? Disse eu.

Bingo! Ideias pairaram no ar.

Apresento minha colagem virtual, que intitulei "Expressões de mim".

E não é que extravasou.

Obrigada amiga.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

NÃO ME CONFORMO

Ontem tive acesso a uma imagem que ficou gritando em minha mente. Era a foto de uma mãe dando água a seu filho numa espécie de galão. Relatando assim, aposto como vem a mente de vocês uma “cena comum” do nosso dia a dia de uma mãe com seu filho. Mas não, não era a cena de uma imagem linda, nem do cotidiano que passa  sem nos chamar atenção ou abalar.

Era uma imagem forte (pelo menos para mim), de uma mulher emagrecida, sofrida, humilde, dando água num pequeno galão a uma criança desnutrida, em pele e osso, sem roupa, empoeirada, segurando aquele galão como se um prêmio fosse.

Na imagem tinha o seguinte dizer “Enquanto milhões são gastos em campanhas políticas, milhões morrem de fome e sede em todo mundo”.É verdade!

Mas meu pensamento foi além. Aquela imagem me fez viajar no tempo e voltar a uma cena e estória que  vivi aos 17 anos que me marcou muito na época e reverbera até hoje... EU NUNCA IREI ME CONFORMAR. Este é o sentimento que me domina e já me fez sofrer por querer negá-lo ou explicá-lo e que hoje se tornou minha força interior de reconhecer um pouquinho quem sou.

Nunca me conformei com essas mazelas, com o egoísmo humano, o materialismo exacerbado. Não me conformo como se tudo fosse natural, um processo da nossa vida e nunca me conformarei com a ideia que é impossível sermos mais igualitários, que esse mundo não possa ser mais justo.

É utopia? Só sei que dessa utopia jamais me libertarei.

Aqui do meu cantinho, não conseguirei mudar o mundo, mas também não me permitirei compactuar calada como se tudo fosse natural.

Aquela imagem me fez chorar, não somente por ela, mas por perceber que estamos modernizando, evoluindo (?!?)... para que caminho? Pois para mim caminhar para frente deixando cada vez mais para trás aqueles que nada tem,  sofrem e vivem em condições sub humanas é evoluir egoisticamente como se tudo fosse natural. Isso me enoja.

Resolvi publicizar meu grito interior – NUNCA IREI ME CONFORMAR!

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sábado, 17 de maio de 2014

Aquele Provolone...

Sabe aquele gostar inexplicável por algo? 
Pois é o meu por provolone. Mas calma! Não é qualquer provolone, é pelo sanduíche saboroso de provolone que não se encontra em qualquer lugar. Na verdade não existe um lugar certo de encontrá-lo.

Foto Lê Gomes
A relação saborosa com o provolone se dá no desejo crescente de voltar a saborear aquele gosto  do sanduíche que fica guardado na lembrança e, como não se encontra o bendito em cada esquina, o desejo vai ficando maior, mais forte e especial.


E não é que indo trabalhar num município do interior eu encontrei  o sanduíche de provolone. E era... O sanduíche de provolone.

Era um pãozinho caseiro, com muito recheio de provolone (delícia!), creme, alface, tudo que tem direito. É claro não consegui resistir, saboreei o tão desejado sanduíche que já estava em minha mente a algum tempo.

A cidadezinha não tinha nada de atrativo, mas... o sanduíche de provolone daquela lanchonete será sempre o ponto forte quando eu voltar a trabalho ou a passeio aquele lugar.

O gosto apurado do provolone me fez, a cada mordida, mergulhar num desejo que meu sanduíche não acabasse, fui devorando-o bem devagar, pois seu sabor era demais.

Gente, eu devia estar com muita fome. Mas a pergunta que fica é: Como um sanduíche de provolone pode se tornar tão especial?

Tomara que eu em minhas andanças encontre novamente (o)utro sanduíche de provolone e tomara que eu esteja com muita fome.



P.S. A foto é do bar Antigamente que fica no Rio de Janeiro, e não da lanchonete. Não tinha como tirar foto da mesma, mas o que vale é a intenção.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Mania

Que estranha mania...

Venho de trás para frente
do último ao primeiro.
Agora me dei conta de como escrevo.
As páginas finais são meu começo.

Que estranha mania... 

Viro as páginas no compasso do inverso
não as levo à direita,
elas me vêm pela esquerda.
Neste vem que não vai,
o criativo flui.
Crio, escrevo, deliro em poemas.

Mas é... 
uma estranha mania.


Leonor Gomes


sábado, 10 de maio de 2014

No sebo um encontro.

Em um andar frenético a caminho do trabalho, não me contive e parei em frente a um sebo na Av. Marechal Floriano. Olhei o relógio e confirmei estar atrasada para meu destino, dei quatro passos em frente, mas recuei, foi mais forte que eu. Fui convidada a entrar naquela loja cheia de múltiplos livros empilhados a me convidar a folheá-los.

Quanto tempo não via um sebo tão bem organizado, cheio de livros usados, alguns semi novos, outros desgastados com dedicatórias em suas páginas. Livros com histórias marcadas pelo tempo.

Desculpe-me o trabalho, mas neste dia precisei atrasar.

Percorri apressada, a prateleira daquele lugar. Alguns livros me fizeram parar e me convidaram a conhecê-los, um me chamou por demais a atenção – “Contos” de Voltaire. Sim, Voltaire, o filósofo, o pensador do iluminismo francês cujas idéias influenciaram nos processos da Revolução Francesa e Independência dos Estados Unidos.

Voltaire também foi poeta e escritor literário, por isso meus olhos poéticos brilharam com o livro e mais ainda quando vi o nome de Mário Quintana como tradutor.  Não é tudo de bom?

Estou agora a conhecer o livro, numa viagem ao passado e de como Voltaire na sua época via o futuro.


Prometo que depois conto a vocês sobre essa viagem literária. 


(P.S - Aos que desejam saber um pouco mais sobre Voltaire sugiro http://www.consciencia.org/voltaire.shtml  e http://pt.wikipedia.org/wiki/Voltaire)

domingo, 4 de maio de 2014

O Melhor Presente do Mundo

Ontem fui surpreendida com o presente mais lindo que uma mãe poderia ganhar.


Foi assim sem esperar, meu filho se aproximou de mim , estendeu suas mãozinhas em minha direção e disse; "Mamãe, um presente para você."


Ganho muitos presentes de meus pequenos, mas este quando olhei, foi fundo no coração, foi mais que especial. Ele foi o presente mais lindo do mundo.

Meu pequeno príncipe, de seis aninhos, escreveu um poema para mim. 

É tão grande minha alegria e emoção que irei reescrevê-lo neste blog, preservando toda sua cadencia e arranjo dos versos, me atreverei apenas a corrigir os erros de escrita pois como disse , meu pequeno príncipe tem seis anos e está entrando no mundo da alfabetização agora.

Compartilho com vocês o poema mais lindo do mundo.

Poema  da Mamãe


Mamãe você é minha flor. Quando eu te vejo, eu vejo uma princesa.
A minha campeã do mundo . Que Deus te abençoe
Seus olhos são iguais ao coração.
Você é minha flor.
Você é meu amor do coração.
Eu posso fazer tudo que você quiser,
E dar bombons, vestidos.
Você é linda, divaaaaaaaaaaa.
E calma, já estou pensando o que eu vou te dar de Dia das Mães.
Você é minha Jack Deppinha kkkkkkkrsrsrs.
Super mãe.
Minha mamãe que ajuda os idosos.
Você é muito boazinha.
Você é mais linda do que uma flor, mas linda do que tudo.
Te amo minha mamãezinha friorenta.
Você é minha princesa jujuba.
Todo mundo tem uma mãe, mas você é + mais.
O meu amor está no coração por você
O seu coração é um coração de ouro, um diamante.
Sua bochecha parece algodão para eu beijar.
Todo mundo te adora, dos velhinhos aos bebês.
Quando eu olho para a água,  vejo eu e você se abraçando
E uma oportunidade de te dar um beijo na bochecha.
Eu vou dormir com você abraçado.
Foto: Paulinha Gomes
Até fiz uma canção mamãe;

Você é uma flor do coração e do amor
Você me ama e eu sei, 
Eu também porque sou seu filho do coração.

Essa é a minha nota musical
Gostou?
Se não gostou, tudo bem.
Mas espero que gostou.

Tchau! Beijo
Te amo muito.

Do seu filho.



Pessoal, não é de fazer o coração de uma mãe acelerar?

O meu continua a palpitar e as lágrimas a rolar de emoção.

FILHO EU TE AMO DEMAIS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!





quinta-feira, 1 de maio de 2014

Vamos Lutar

Foto Lê Gomes

Vamos Lutar


Galera!
Chegou a hora
Vamos lutar
Eu quero na mesa alimento,
Mais saúde e educação.
 O povo grita;
- “Chega de enrolação!”
 Num mundo
De explorados e exploradores
Escolha tome uma decisão!
Qual seu lado?
 Se tu queres;
Saúde, respeito,
Não violência , educação
Diga um não. Basta!
 Venha...
A luta se torna
    Solução.


    Lê Gomes


QUERIDINHA DO MÊS